30ª Caminhada Ecológica no Uru
Atletas são recepcionados com carinho por todos
Atletas participam de tradicional almoço na fazenda de dona Maria, às margens do rio Uru. Local é exemplo de preservação ambiental e de cuidado com a flora e a fauna, zelo da família que todos os anos recebe a caminhada.
Sombra, água fresca e um almoço caprichado. Assim dona Maria aguarda os 30 atletas e toda a equipe de apoio para almoçar no segundo dia da Caminhada Ecológica. A tradição, que começou com sua mãe, continua hoje e é uma das marcas registradas do evento. Por isso, a casa de Maria é um dos locais que possuem o Monumento Caminhada Ecológica.
Maria do Uru, como era conhecida, se mudou para a fazenda próxima a Itaberaí na década de 1940. Depois, em 1992, ocorreu a primeira Caminhada Ecológica. A filha conta que, à época, os moradores locais ficavam confusos quanto ao pelotão de pessoas correndo a pé por uma rodovia.
A dona de casa lembra que, antigamente, não havia uma equipe tão vasta e as informações não chegavam como hoje em dia. Por medos dos desconhecidos, alguns moradores da região fechavam suas casas e aguardavam a passagem dos atletas. Maria do Uru, porém, corria para a janela de casa e acenava, sorridente, desejando boa caminhada para todos, o que encantava os atletas.
Mas o sorriso e o aceno foram ficando pouco e Maria passou a oferecer café e biscoitos para os caminhantes. Com o tempo, o cafezinho virou almoço e, mesmo após o falecimento da mãe, a filha Maria e mais seis irmãos continuam com a tradição.
A fazenda fica às margens do rio Uru, num local propício para o almoço, e os atletas passam pelo local por volta de 12 horas. Ao chegarem no local, são recepcionados por dona Maria e realmente se sentem em casa. Não à toa, quando atravessaram a porteira, um coro uniforme começou a entoar “estamos em casa”, repetidas vezes.
Ao chegarem, os atletas correm para o rio Uru e lá se refrescam nas águas geladas que correm pelas pedras. Quando voltam, um arroz com feijão quentinho e um saboroso frango assado com batatas os aguardam. Depois de se deliciarem, o pelotão tira um revigorante cochilo no quintal, debaixo da sombra de diversas árvores que há no quintal.
Preservação Ambiental
Dona Maria conta que, hoje em dia, ela cede apenas o espaço, o almoço fica por conta da Prefeitura de Itaberaí, mas pontua que o carinho em receber os atletas ainda é o mesmo e aumenta a cada ano. Ela, que mora numa casa bastante integrada à natureza, exalta a iniciativa dos atletas e fica feliz por ajudá-los dessa forma. “É um privilégio, uma honra recebê-los. A natureza está precisando de pessoas que agreguem mais na preservação ambiental.”
Ela e os irmãos relatam que, há cerca de dois anos, pesquisadores apareceram em suas terras com objetivo de levantar dados sobre a fauna e flora do Cerrado. Maria relembra de como os pesquisadores ficaram deslumbrados com a riqueza da região e o nível de preservação. Não é por acaso que o filho mais novo, Marcelo, informa que algumas espécies de pássaros voltaram a ser avistadas na região após um longo hiato de tempo.
Os filhos pontuam, ainda, que a vontade em cuidar das plantas e dos bichos é hereditária. “Passou da mãe para os filhos”, dizem. Assim, Maria ressalta que a caminhada chegou na 30ª edição, mas espera que dure por mais 30, e que sempre estará lá, como a mãe, aguardando os caminhantes para esse momento único e especial no caminho rumo ao rio Araguaia.
Agência Assembleia de Notícias