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Escuto que sou quem mais poderia dar trabalho a Caiado”, diz Gustavo Mendanha

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Prefeito de Aparecida de Goiânia vê maioria favorável a candidatura própria no MDB e diz
esperar decisão “democrática” do partido

Diante de um passo mais largo da cúpula do MDB no caminho para aliança com o
governador Ronaldo Caiado (DEM) esta semana, o prefeito de Aparecida de Goiânia,
Gustavo Mendanha (MDB), diz que espera uma decisão “democrática” do partido e que
não tem dúvidas de que a maioria é favorável a candidatura própria. Embora repita que
não se coloca como pré-candidato, ele dá a senha do sentimento de seu grupo:
“Escuto de muitas pessoas que eu sou o nome que mais poderia dar trabalho ao
Caiado. Eu, o menino de Aparecida (…)”.
O que achou dos gestos de Daniel Vilela e do governador Ronaldo Caiado esta
semana que sinalizam para aliança?
Eu não conversei com o Daniel depois do episódio, mas, a princípio, considero que era
um evento de homenagem ao pai dele e ele retribuiu gentileza.
Mas Daniel discursou primeiro e fez elogios ao governo.
Sim, não falo só dos discursos. Caiado tem buscado se aproximar, tem sido gentil
quanto à perda do pai e é uma forma de retribuir. Acredito no Daniel e na conversa que
“Escuto que sou quem mais poderia dar trabalho a Caiado”, diz Gustavo Mendanha
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tivemos dentro do partido, de que o MDB fará uma avaliação no fim de 2021 ou início
de 2022 para tomar uma decisão, depois de ouvir todo mundo. A não ser que ele
mude, é isso. Se ele mudar, acho que vai me dizer.
O acerto é que o partido tomará decisão depois de ouvir todo mundo? E como
vai ser isso?
Eu não sei se vai ser por consulta, convenção, mas ele me falou que ouviria todo
mundo e, dessa forma, eu não tenho a menor dúvida de que teremos candidatura
própria. Estou andando e ouço o que os diretórios querem.
Os defensores da aliança com o governo têm dito que 80% dos prefeitos do MDB
querem ficar com Caiado.
Aqueles com os quais conversei são contra. É fácil, faça uma consulta aos prefeitos e
diretórios. O que ouço é que mais de 80% são a favor de candidatura própria. Único
que me falou que defende aliança foi Humberto Machado, de Jataí, que parece que
teve apoio do Caiado. Eu visitei mais de 40 cidades. É certo que alguns prefeitos têm
expectativa de receber recursos do governo, mas se ouvir todo mundo é outra história.
Não tenho dúvidas de que a maioria absoluta é contra a aliança com Caiado. Todos
onde andei são contra, todos.
Acha que a decisão tem de ser tomada quando?
Tem de ser no mais tardar janeiro, né. Se o partido decide por candidatura própria, é
preciso construir alianças. Tem de ter tempo para isso. E tem de preparar as
candidaturas proporcionais.
O Giro diz que há uma pressão para antecipar a decisão do partido para impedir
suas movimentações. O que acha?
O combinado não é caro. Meu velho pai dizia isso. A conversa é que faria no fim do
ano, início do próximo. Mas, ainda que seja antes, que se faça consulta. Se fizer, o
partido vai ter candidatura própria, seja do Daniel, seja de outro nome. O partido
sempre fez convenções ouvindo todos.
Até essa definição, o sr. continuará se movimentando como pré-candidato?
Eu nunca me coloquei como pré-candidato. Eu tenho percorrido os municípios
defendendo candidatura própria. Acho que tenho dado uma graça nesse momento
articulações (risos).
Mas toda a classe política o considera pré-candidato.
Eu nunca falei. Acho que nosso candidato natural é Daniel e, se ele não for, primeiro
temos de buscar um projeto, diferente do que vemos hoje no Estado, e depois o nome.
Especificamente sobre o discurso de Daniel no evento de segunda-feira, de
reconhecimento à gestão de Caiado e dizendo que ele tenta colocar Goiás nos
trilhos, o que acha?
Eu não quero entrar em debate sobre isso.
Conversou com Daniel a respeito?
Não, vou encontrá-lo esta semana.
O que achou da entrevista do ex-governador Marconi Perillo, em que ele defende
renovação, fala de lideranças jovens, novas candidaturas, algo que foi entendido
como referência ao seu nome?
Tentam me colocar como sendo uma aposta do Marconi. Eu não tenho conversado
com ele, a última vez que falamos foi depois da morte do meu pai. Obviamente,
Marconi é oposição e, neste sentido, pensamos igual, mas são cabeças diferentes. Em
algumas coisas, ele tem razão. Vivemos um Estado policialesco. Eu passei por isso na
minha campanha e é o que ele (Caiado) tem feito com muita gente.
Cogita mudar de partido?
Não. Quero continuar no meu partido. E se o partido fizer processo democrático como
sempre fez, vamos ter candidato, seja o Daniel, seja outro.
E se não for democrático?
Não sei. Não penso nisso.
E as especulações de que o sr. pode ser o candidato do presidente Jair
Bolsonaro em Goiás?
Isso é jogo. Nunca estive com Bolsonaro e ninguém aliado dele aqui, nunca tive
relação. Tenho relação com o vice-líder do Bolsonaro no Senado, que é o Eduardo
Gomes, senador do Tocantins, que tem me ajudado em coisas que não têm a ver
o governo federal, mas pedido de empréstimo que precisa aprovar no Senado. Ele veio
a Aparecida visitar um amigo e veio à Prefeitura. Depois disso começaram a veicular
isso. Mas é jogo político. E se nunca me coloquei como candidato, não tem conversa
sobre isso.
A direção do Podemos em Goiás disse que o diretório nacional o convidou para
se filiar ao partido. Isso ocorreu?
A verdade é que eu só não tenho convite do Democratas. Do resto dos partidos, tenho
convites de todos, inclusive com conversas em nível nacional, como o Podemos, o
PSB. Mas eu não quero sair do MDB.
O que acha de o governador Ronaldo Caiado não ter hoje um adversário
competitivo?

gustavo mendanha
gustavo mendanha

Acho que a pandemia serviu de muleta para muita coisa. As pessoas estão muito mais
pacienciosas com os governos do que em outros momentos. E a oposição em si tem
suas dificuldades. Escuto de muitas pessoas que eu sou o nome que mais poderia dar
trabalho ao Caiado. Eu, o menino de Aparecida – muita gente não sabe meu nome e
me chama assim -, que só disputei eleição municipal e nunca me coloquei como
candidato.
Aliados do governo têm dito isso, que o sr. é muito pouco conhecido fora da
região metropolitana.
Repito que não estou pensando nisso no momento. O que acho que temos hoje é um
governo morno, que não gera paixão nas pessoas, que não é mal-avaliado, mas
também não é ben-quisto, no sentido de as pessoas terem paixão por ele. O desafio é
muito mais para o governador do que para a oposição. Vamos ver se ele consegue
entregar obras, resultados, consolidar a imagem. Não acredito que dará conta. É um
governo ineficiente, distante das pessoas, não é bem visto pelo funcionalismo. É muito
perdido, tem hora que ele está com o presidente e tem hora que não está. Vai para um
lado e outro conforme o vento bate. Eu, por exemplo, na pandemia, sempre mantive
meu planejamento, sempre na mesma direção, independentemente do que faziam, do
que falavam. A rejeição a ele entre lideranças é grande.
Quais lideranças?
Sindicais, políticas, empresariais, as lideranças religiosas.
Quanto a Sandro Mabel, sempre dizem que é um dos incentivadores da sua
candidatura.
É meu amigo, eu o conheço desde menino, é empresário da minha cidade.
Diferentemente de Marconi, que pessoal fala que encontro sempre, que é meu
orientador, essas coisas. O fato é que Marconi não quer o Caiado; o delegado Waldir
não quer o Caiado; outros líderes também não querem. Então é questão de interesse
comum. Só isso. Há uma tentativa de união contra o governo. Sobre o Mabel, sempre
tive bom diálogo com ele, não é de agora. Mas não tem isso dele estar querendo minha
candidatura não.
fonte O popular
fotos: google imagens

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