Flávia Morais no seminário de prevenção e combate ao câncer na ALEGO
o seminário para debater as políticas de prevenção e combate ao câncer em Goiás.
O evento fez parte das ações realizadas pela Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil, da Câmara dos Deputados e a intermediação com o Parlamento goiano foi feita por meio do deputado Dr. George Morais (PDT). O seminário foi comandado pela deputada federal Flávia Morais (PDT-GO) e aconteceu no auditório 2 da Alego.
Pouco antes do início, em entrevista à TV Alego, a deputada Flávia Morais pontuou que um dos objetivos do encontro é realizar um levantamento sobre a rede de atendimento ao câncer em Goiás. No mesmo sentido, o deputado Dr. George Morais ressaltou as várias instituições de atendimento oncológico do Estado e citou como exemplo a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora). O parlamentar também destacou o projeto de lei aprovado no Congresso Nacional que determina a obrigatoriedade de início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico da doença.
A mesa dos trabalhos foi composta por Camila da Cruz e Alencar, representando a Secretaria de Estado da Saúde (SES), Lucenda de Almeida Felipe, representando a Gerência de Atenção Especializada da SES; da diretora do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Verônica Savatin Wottrich; do secretário municipal de Saúde de Uruaçu, Josimar Nogueira Alves. Além deles, também tomaram assento o presidente do Hospital Araújo Jorge, Jales Santana Filho; a coordenadora do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, Luana Ferreira Lima; e Aline Leal, representando a coordenadoria-geral de Política Nacional e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, que participou de maneira remota.
Desafios e panorama em Goiás
Ao iniciar o encontro, Flávia destacou que a situação diferenciada entre as várias regiões de Goiás é um dos gargalos dos tratamentos oncológicos. “Algumas regiões são mais desenvolvidas que outras, têm mais estruturas que outras. Temos a previsão de aumento de casos, então é um desafio para nós parlamentares, para os gestores municipais e também sabemos que o financiamento é outra dificuldade. Queremos garantir recursos e ampliar o fundo para a saúde e pleitear, quem sabe, uma parte específica para os tratamentos oncológicos, afinal é um tratamento onde a celeridade é essencial”, disse.
Camila Alencar, ao fazer uso da palavra, destacou as estratégias e as ações do governo estadual de combate ao câncer. Ela citou como exemplo o incentivo e a atenção primária nos municípios, a elaboração de planos de atenção de diagnósticos no Estado e a ampliação da detecção de câncer nos estágios inicias nas policlínicas. A gerente ainda relembrou a celeridade das obras do Cora e pontuou que a previsão é de iniciar os trabalhos da área pediátrica já no segundo semestre do ano que vem.
Já a gerente de atenção especializada da SES, Lucenda Felipe, observou que falar de câncer é muito complexo, pois não se restringe ao aumento de leitos e insumos, mas também sobre o acompanhamento durante o tratamento e após a remissão da doença. Ela destacou que os levantamentos do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostraram que as maiores incidências de câncer são os de mama, próstata, colón e reto, traqueia, bronco e pulmão e que, só em Goiás, no ano de 2021, foram notificados mais de 15 mil casos da doença.
Ela destacou a importância da regionalização do tratamento, isso é, a expansão dos serviços para todos os municípios do Estado, como um diferencial para atuar no combate ao câncer e reduzir a mortalidade pela doença. “Temos seis policlínicas espalhadas pelas regiões do Estado e essas unidades são importantes para o diagnóstico precoce e encaminhamento ao hospital especializado”, disse.
O secretário municipal de Saúde de Uruaçu, Josimar Nogueira Alves, representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Consems). Ele considerou que os dramas vividos nas alas oncológicas de Goiás são os mesmos em todo o Brasil. “A ausência do protocolo de alta suspeita de câncer é um dos problemas onde ainda temos uma deficiência, assim como tempo de espera para o diagnóstico e início do tratamento. A redução da fila de atendimento também é uma demanda que precisa ser reduzida. Esses dados foram reunidos por nossa equipe técnica e, para resolver essas questões precisamos passar por esse espaço de discussão com os gestores”, declarou.
O presidente do Hospital Araújo Jorge, Jales Santana, enfatizou que o melhor caminho para reduzir os números de mortalidade por câncer é o atendimento de excelência no estágio primário e secundário, impedindo a evolução da doença na medida do possível. “Vocês, gestores municipais, ficarão com essa responsabilidade de atenção primeira. Então, é preciso rastrear os casos, verificar quem tem mais chance de desenvolver a doença, é um trabalho muito complexo e que precisa solucionar alguns gargalos, como a diminuição da fila, o aumento do orçamento e da estrutura. Mas tudo a gente consegue com planejamento e organização e o momento é esse”, afirmou.
Integração entre os Poderes
A coordenadora do movimento Todos Juntos Contra o Câncer, Luana Ferreira, pontuou que debater políticas de combate aos vários tipos da doença é fundamental para a saúde pública. “As estimativas são de que o câncer se tornará a primeira causa de morte de doença não transmissível até 2030 no País, com mais de 700 casos de câncer registrados por ano”, destacou.
Ela disse, ainda, que esses dados são importantes para evidenciar a necessidade de atenção prioritária voltada para a questão oncológica em todo o País e reafirmou a imprescindibilidade de discussões como essa no Parlamento goiano. “Para que a gente possa ter um trabalho efetivo e coordenado, é preciso tratar do tema de maneira regionalizada. As políticas públicas voltadas à prevenção e melhoria da atenção oncológica precisam passar por um conhecimento sobre os gargalos daquela região. Ter uma integração entre os Poderes, entre os tomadores de decisão, é essencial para termos um grande impacto no combate ao câncer”, finalizou.
