Número de mortos na Turquia e na Síria após terremoto chega a 3,7 mil
O forte terremoto que atingiu parte do território da Turquia e o Noroeste da Síria matou mais de 3,7 mil pessoas, e o inverno gelado tornou ainda mais complicada a situação de milhares de feridos ou desabrigados, além de afetar os esforços para encontrar sobreviventes.
O tremor de magnitude 7,8 graus na escala Richter, que ocorreu antes do nascer do sol, foi o pior a atingir a Turquia neste século. O terremoto foi seguido, no início da tarde, por outro grande tremor de magnitude 7,7.
Os abalos derrubaram prédios residenciais inteiros em cidades turcas e causaram devastação também para milhões de sírios deslocados por 11 anos de guerra civil no país.
Em Diyarbakir, no Sudeste da Turquia, uma mulher falando ao lado dos destroços do prédio de sete andares onde ela morava disse: “Fomos balançados como um berço. Éramos nove em casa. Dois filhos meus ainda estão nos escombros, estou esperando por eles.”
Ela estava come um braço quebrado e tinha ferimentos no rosto.
“Foi como o apocalipse”, disse Abdul Salam al-Mahmoud, um sírio da cidade de Atareb, no Norte do país. “Está muito frio e chove forte, e as pessoas precisam ser salvas.”
O número de mortos é o maior para um terremoto na Turquia desde 1999, quando um tremor de magnitude semelhante devastou a densamente povoada região do Mar de Mármara, perto de Istambul, matando mais de 17 mil pessoas.
Na Turquia, o número de mortos era de 2.316, segundo a Autoridade de Gerenciamento de Emergências e Desastres da Turquia. Pelo menos 1.444 pessoas morreram na Síria, segundo dados do governo de Damasco e equipes de resgate na região noroeste controlada por insurgentes.
Mais de 13 mil pessoas ficaram feridas na Turquia e outras 3,5 mil na Síria devido ao tremor.
Conexões de internet precárias e estradas danificadas entre algumas das cidades mais atingidas no Sul da Turquia, onde vivem milhões de pessoas, dificultavam os esforços para avaliar e lidar com o impacto.
Espera-se que as temperaturas em algumas áreas caiam para quase zero durante a noite, piorando as condições para as pessoas presas sob os escombros ou desabrigadas. A segunda-feira (6) foi de chuva, depois que tempestades de neve atingiram o país no fim de semana.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, classificou o terremoto de hoje como um desastre histórico e o pior terremoto a atingir o país desde 1939, mas disse que as autoridades estão fazendo tudo o que podem.
O segundo tremos foi forte o suficiente para derrubar mais prédios e, como o primeiro, foi sentido em toda a região, colocando em risco as equipes de resgate.
Em Diyarbakir, na Turquia, jornalistas da Reuters viram dezenas de trabalhadores vasculhando um monte de destroços, tudo o que restou de um grande edifício, retirando pedaços de destroços enquanto procuravam por sobreviventes. Ocasionalmente, eles levantavam as mãos e pediam silêncio, ouvindo sons de vida.Síria
Imagens divulgadas no Twitter mostraram dois prédios vizinhos desabando um após o outro em Aleppo, na Síria, enchendo a rua de poeira. Dois moradores da cidade, que foi fortemente danificada pela guerra, disseram que os prédios caíram horas após o terremoto, que também foi sentido no Chipre e no Líbano.
“Foi como o apocalipse”, disse Abdul Salam al Mahmoud, um sírio contatado pela Reuters da cidade de Atareb.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, realizou uma reunião de emergência para revisar os danos e discutir os próximos passos, informou seu gabinete.
Pessoas em Damasco e nas cidades libanesas de Beirute e Trípoli correram para a rua e pegaram seus carros para fugir de prédios com medo de desabamentos, disseram testemunhas.
Erdogan disse que 45 países se ofereceram para ajudar nos esforços de busca e resgate.
O Serviço Geológico dos EUA informou que o terremoto durante a noite ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros (km). Relatou uma série de terremotos, um deles de magnitude 6,7 graus.
A região atravessa falhas sísmicas.
“A combinação de grande magnitude e profundidade rasa tornou esse terremoto extremamente destrutivo”, disse Mohammad Kashani, professor associado de engenharia estrutural e sísmica da Universidade de Southampton.
fonte : Agencia Brasil